Mulher!
És inspiração de beleza
sensual, a rainha da vida
te exalto, qual flor preferida
qual falena de raro esplendor
pois teu sorriso tão belo me exprime
a meiguice de um corpo sublime
que realiza meus sonhos de amor.
Mulher!
És brisa serena
quando brilhas, vestida ou nua
bem mais rara que a joia do Nilo
porque tens a beleza da lua.
Mulher!
És pura harmonia
nos jardins, a mais querida
uma flor sem espinhos, és
o triunfo de uma vida.
(Linaldo Oliveira - Livro REBENTO & REFLEXIVO
- Pág.: 45 (1993))
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
CONVEXO
Nas pontes decadentes sobre os esgotos
a céu aberto misturados no ar
que de puro é a pobreza e a vida
dos meninos barrigudos de vermes e fome.
Confinados na lama da sala
serão intrusos no asfalto, sempre
(Um rio negro com águas de ferro)
seus sonhos imolados...
Vertem-se os dias em anos
e o futuro passa furtivo
deixando apenas as cicatrizes das dores
os descaminhos traçados
os desabamentos e os sonos interminados
nos choros sem planos
sob(re) os ataúdes toscos
fabricados com tábuas carcomidas
outrora portas.
... e outros nascem.
(Linaldo Oliveira - Livro ANVERSO LACÔNICO - Pág.: 30 (1994))
a céu aberto misturados no ar
que de puro é a pobreza e a vida
dos meninos barrigudos de vermes e fome.
Confinados na lama da sala
serão intrusos no asfalto, sempre
(Um rio negro com águas de ferro)
seus sonhos imolados...
Vertem-se os dias em anos
e o futuro passa furtivo
deixando apenas as cicatrizes das dores
os descaminhos traçados
os desabamentos e os sonos interminados
nos choros sem planos
sob(re) os ataúdes toscos
fabricados com tábuas carcomidas
outrora portas.
... e outros nascem.
(Linaldo Oliveira - Livro ANVERSO LACÔNICO - Pág.: 30 (1994))
POESIA(*)
É um grito de dor
depois do orgasmo.
É um bêbado no chão
rústico.
É o cabo de uma faca
em ancas ou mãos.
É ir ao banheiro
e fazer alguma coisa.
É tirar a roupa
e se achar.
É chorar sem ser homem
e ser homem sem chorar.
É pedir um pão
e não poder pagar.
É ser preso
e aceitar os fatos.
É cair
e dizer um nome obsceno.
É cuspir no tapete
e olhar a mancha.
É deitar-se no esterco
e sonhar com um palácio.
É não ter o que comer
e morrer de fome.
É não ter o que escrever
e fazer poesia(*).
(Linaldo Oliveira - Livro ANVERSO LACÔNICO - Pág.: 16 (1994))
depois do orgasmo.
É um bêbado no chão
rústico.
É o cabo de uma faca
em ancas ou mãos.
É ir ao banheiro
e fazer alguma coisa.
É tirar a roupa
e se achar.
É chorar sem ser homem
e ser homem sem chorar.
É pedir um pão
e não poder pagar.
É ser preso
e aceitar os fatos.
É cair
e dizer um nome obsceno.
É cuspir no tapete
e olhar a mancha.
É deitar-se no esterco
e sonhar com um palácio.
É não ter o que comer
e morrer de fome.
É não ter o que escrever
e fazer poesia(*).
(Linaldo Oliveira - Livro ANVERSO LACÔNICO - Pág.: 16 (1994))
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
ADJUNÇÃO PARA UM SÓ FIM *
Depois de nascer antes de morreR
Uma vinda longa, talvez um curto espaço de tempO
Longevidade insaciável por múltiplos e divisoreS
Tradução de desejos febris com homens imperfeitoS
Aliados a equações perfeitas de existências pluraiS
Na separação de dimensões que solidificam uma matériA
Uma vida poluta de negro letargia e dores do seR
Das heranças de mil gerações instrumentos de pré-loucurA
De citações insolúveis que germinam outras vãS
Receptáculos de vida para uma dosagem maioR
Simples tubos de ensaio nas cobaias remanescenteS
Antes da vida depois da mortE
União de moedas com uma só face
Que se fundem depois de uma existência.
(Linaldo Oliveira - Livro OUTRAS PALAVRAS - Pág.: 51 (1992))
* (Obs.: Leia as estrofes na horizontal e separadamente na vertical.)
Uma vinda longa, talvez um curto espaço de tempO
Longevidade insaciável por múltiplos e divisoreS
Tradução de desejos febris com homens imperfeitoS
Aliados a equações perfeitas de existências pluraiS
Na separação de dimensões que solidificam uma matériA
Uma vida poluta de negro letargia e dores do seR
Das heranças de mil gerações instrumentos de pré-loucurA
De citações insolúveis que germinam outras vãS
Receptáculos de vida para uma dosagem maioR
Simples tubos de ensaio nas cobaias remanescenteS
Antes da vida depois da mortE
União de moedas com uma só face
Que se fundem depois de uma existência.
(Linaldo Oliveira - Livro OUTRAS PALAVRAS - Pág.: 51 (1992))
* (Obs.: Leia as estrofes na horizontal e separadamente na vertical.)
SONETO VISIONÁRIO
Pelas dores dos loucos diluídos
pelas lágrimas ínfimas da desgraça
pelo lampejo inerente da cachaça
pelos lânguidos esguichos desmedidos.
Pelos medos inchados de trapaça
pelos tons oitavados e torcidos
pelos nomes de fama, denegridos
pelos bancos maciços de uma praça.
Pelo escarro precedido por um beijo
pela tangente amputada do desejo
pela fome de um sexo sem ardor.
Pelas marcas de suga ou de porrada
pelos crimes que piram a madrugada
pelas palavras deste soneto sem valor.
(Linaldo Oliveira
- Livro REBENTO & REFLEXIVO
- Pág.: 65 (1993))
pelas lágrimas ínfimas da desgraça
pelo lampejo inerente da cachaça
pelos lânguidos esguichos desmedidos.
Pelos medos inchados de trapaça
pelos tons oitavados e torcidos
pelos nomes de fama, denegridos
pelos bancos maciços de uma praça.
Pelo escarro precedido por um beijo
pela tangente amputada do desejo
pela fome de um sexo sem ardor.
Pelas marcas de suga ou de porrada
pelos crimes que piram a madrugada
pelas palavras deste soneto sem valor.
(Linaldo Oliveira
- Livro REBENTO & REFLEXIVO
- Pág.: 65 (1993))
UM LUTADOR DA VIDA (Herói Esquecido)
(Linaldo Oliveira - Livro OUTRAS PALAVRAS - Pág.: 74 (1992))
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com muralhas de dor-solidão
e sozinho por mares bravios
procurei mil venturas em vão.
Hoje o peso do anos me curva
ante a fúria de tempos perdidos
por batalhas e lutas sangrentas
como passos de heróis esquecidos.
Na miragem da vida cansada
um vislumbre de luz me ilumina
nos calabouços escuros trilhados
hoje restos herdados da sina.
Nos vorazes espelhos da vida
me perdi e ora tento me achar
só lembranças dos tempos de glória
que esquecidos jamais vão voltar.
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