terça-feira, 2 de agosto de 2011

CONVEXO

Nas pontes decadentes sobre os esgotos
a céu aberto misturados no ar
que de puro é a pobreza e a vida
dos meninos barrigudos de vermes e fome.

Confinados na lama da sala
serão intrusos no asfalto, sempre
(Um rio negro com águas de ferro)
seus sonhos imolados...

Vertem-se os dias em anos
e o futuro passa furtivo
deixando apenas as cicatrizes das dores
os descaminhos traçados
os desabamentos e os sonos interminados
nos choros sem planos
sob(re) os ataúdes toscos
fabricados com tábuas carcomidas
outrora portas.

... e outros nascem.

(Linaldo Oliveira - Livro ANVERSO LACÔNICO - Pág.: 30 (1994))

Nenhum comentário:

Postar um comentário