segunda-feira, 24 de outubro de 2011

DESESPERO

Alguém caminha pelas ruas,
olha o relógio,
Ele sente como se enfrentasse
o momento mais terrível de sua vida,
o prenúncio de sua morte,
instantes mais aterrorizantes
que todos os pesadelos que já viveu.
Aperta o passo e olha para o relógio
que parece estacionado no tempo.
O canto dos animais noturnos
mais parece um hino das profundezas do seu ser.
Um frio percorre o seu coração
que acelera mais e mais.
Agora, uma força estranha
o atrai para lugares desconhecidos,
caminhos que seus pés se negam a seguir.
Tenta parar, porém, é levado à força.
Grita com pavor na noite.
... só alucinantes ecos como resposta.
De repente, pensa estar ficando louco
pois o vento frio fere sua alma como fogo
e os galhos das árvores
parecem tenazes braços à sua procura.
Ele grita mais alto,
mas dessa vez só o silêncio,
só lembranças do passado,
imagens de suas vítimas sorriem ao seu lado.
De repente, o vazio total.
... a morte.

Ao acordar, o medo,
pois o pesadelo poderia se tornar realidade.
Então, um juramento forçado,
a chance de se redimir
e, ao menos, tentar e evitar novos erros.


Linaldo Oliveira - (Livro OUTRAS PALAVRAS - Pág.: 45)

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